Alcione comemora hoje 77 anos de vida
Alcione Dias Nazareth, conhecida como Alcione, é uma das maiores vozes da música popular brasileira e um ícone do samba. Nascida em 21 de novembro de 1947, em São Luís, Maranhão, Alcione cresceu em uma família musical.
Alcione foi vendedora em loja de discos, tocou trompete em night clubs do Rio. Subiu o morro da Mangueira, conheceu a escola de Neuma e Zica. Ganhou o Brasil e o mundo (se apresentou em 36 países). Gravou 45 álbuns (o primeiro compacto em 1972), que lhe renderam 26 discos de ouro, sete de platina, três DVDs de ouro e um de platina.
Do samba à música romântica, Alcione se firmou como uma das mais importantes vozes da música brasileira.
Sua primeira apresentação profissional foi aos 12 anos, na Orquestra Jazz Guarani, regida por seu pai. Certa noite, o crooner da orquestra ficou rouco, sendo substituído pela menina.
Na ocasião, cantou a canção “Pombinha Branca” e o fado “Ai, Mouraria”. O apelido Marrom, dado pelos integrantes da orquestra de seu pai, surgiu nessa época.
Aos 18 anos de idade formou-se como professora primária na Escola de Curso Normal. Lecionou por dois anos, quando foi demitida aos 20 anos, por ensinar a seus alunos como se tocava trompete, que seu pai lhe ensinou quando pequena, querendo passar o aprendizado que recebeu, mas isso não agradou a direção da escola, que na época era muito rígida
Após a demissão, continuou a dedicar-se à música, e dessa vez de forma mais intensa e exclusiva.
Conseguiu uma vaga em um sorteio e apresentou-se na TV do Maranhão.
Ficou fixa na TV, apresentando-se lá nos anos 1960 até o início dos anos 1970 e além de cantar na TV, também cantava em bares e boates em várias cidades do Maranhão.
Querendo alcançar rumos maiores, Alcione mudou-se para o Rio de Janeiro em 1972.
Não conhecia nada no Rio e quem a ajudou a se estabelecer foi seu amigo, o cantor Everaldo.
Com ajuda dele também, Alcione começou cantando na noite, ocasião em que Everardo lhe apresentou as boates e bares da cidade.
Ensaiava no Little Club, boate situada no conhecido Beco das Garrafas, reduto histórico do nascimento da bossa nova, em Copacabana.
Cantou também em boates como Barroco, Bacarat, Holiday e Bolero.
Começou a se inscrever em programas de calouros, e foi sendo chamada para se apresentar.
Venceu as duas primeiras eliminatórias do programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti.
Nessa mesma época, conheceu a famosa TV Excelsior.
Se inscreveu e conseguiu fazer um teste de voz, e passou com boa colocação.
Assinou o primeiro contrato profissional com essa TV, apresentando-se no programa Sendas do Sucesso.
Em 1972, lançou seu primeiro compacto, “O Surdo”, que já evidenciava seu talento único e sua identificação com o samba, gênero que abraçou ao longo de sua carreira.
O sucesso veio rapidamente com o lançamento de seu álbum de estreia, “A Voz do Samba”, em 1975.
A partir daí, Alcione consolidou-se como uma das principais intérpretes do Brasil, com sucessos como “Não Deixe o Samba Morrer”, e “Sufoco”.
Durante os anos 80, Alcione lançou vários álbuns de sucesso, incluindo “Vamos Arrepiar” (1982) e “Fogo da Vida” (1985). “Fruto e Raiz” (1986). “Nosso Nome Resistência” (1987).
Nos anos 90, Alcione continuou a expandir seu repertório, incorporando estilos como bolero e MPB em seus álbuns. “Profissão Cantora” (1995) e “Celebração” (1998) são exemplos de sua versatilidade e capacidade de reinventar-se.
No ano de 2003, a cantora foi agraciada com Grammy Latino na categoria de melhor Álbum de samba. Recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio de Melhor Cantora Popular, além de receber o Prêmio TIM de Música como melhor Cantora de Samba. Participou do CD Duetos, de Neguinho da Beija-Flor, disco no qual interpretou, com o anfitrião, a música Recomeço.
Alcione é detentora de premiações internacionais, como o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Samba; o prêmio O Pensador de Marfim, concedido pelo governo de Angola; o Diplome de Médaille D’or, pela Societé Acadêmique de Arts, Sciences et Lettres de Paris; e A Voz da América, pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Sua autenticidade e amor pelo samba consolidaram seu lugar como uma das maiores intérpretes da música brasileira, com fãs em todo o mundo.