Nome de nascimento Uday Vellozo, Nasceu em Nova Friburgo, 28 de novembro de 1941, mais conhecido por seu nome artístico Benito di Paula, cantor, compositor, pianista e escritor brasileiro.

Reconhecido pelo seu samba característico que começou ainda quando era jovem e cantava em hotéis e boates no Rio de Janeiro, onde não tocava um gênero em específico.

Foi convidado por um amigo a tocar em Santos, onde veio a levar a sua carreira no Estado de São Paulo.

Fixou moradia e formou família em São Paulo, onde desenvolveu sua carreira, tornando-se o grande símbolo do Samba Paulista. Entre os anos 70 e 80 obteve grande fama, chegando nos dias de hoje a ter vendido 50 milhões de discos, sendo o 5º maior vendedor de discos do Brasil.

Além do Brasil, vendeu discos em outros países, gravados em idiomas como espanhol, francês, italiano, finlandês, alemão e outros, com um total de 4 milhões de discos vendidos na Europa. Possui mais de 35 discos gravados, tendo parte importante de sua obra sido relançada em CD, devido ao seu tão grande êxito.

Benito di Paula é filho de José Vellozo, um ferroviário da Estação Leopoldina, e Maria Schuenck, os quais também tiveram outros 12 filhos. Era uma família de origem humilde.

Seu pai descendia de ciganos rom e sabia tocar de maneira amadora diversos instrumentos de corda.

Ele tinha um Bloco, com o nome de “Quem é bom não se mistura”, e um grupo Regional.

Vendo ele tocar, Benito Di Paula aprendeu também alguns instrumentos.

Já sua mãe era trineta de Johann Carl Schwenck, imigrante alemão do Eleitorado do Palatinado que chegou ao Brasil junto com outros para participar como mercenários da Guerra da Cisplatina.

Uday Vellozo, obteve fama nacional como Benito di Paula, nome que foi escolhido por ele e Alfredo Motta, um grande incentivador de sua carreira que o convidou quando tinha entre 15 e 16 anos para cantar no Hotel Avenida, localizado na Rua Dante Laginestra, no centro de Nova Friburgo.

Inicialmente escolheram para Uday o nome artístico “Benito”, ao qual posteriormente adicionaram “di Paula, com o propósito de “italianizar” o nome do cantor.

Aos 17 anos foi servir ao Exército no Rio de Janeiro. Morou no Morro da Formiga, na Tijuca, Zona Norte da cidade, onde foi crooner de boates, principalmente na boate Balalaika, em Copacabana, no entanto recebia pouco.

Certo dia, um casal amigo o convidou para ganhar o dobro em São Paulo. Benito continuou a tocar piano em casas noturnas de Santos e na cidade de São Paulo, assim como na Catedral do Samba, no bairro do Bixiga, onde frequentemente se apresentava.

No ano de 1956, ainda jovem, inicia sua vida fonográfica com a companhia de Portinho & sua Orquestra, com a canção própria “Final”. E deste ano até metade da próxima década, faz composições e aparições enquanto tocava em boates pelo Rio de Janeiro.

Em 1966 lança duas músicas suas em um disco compacto pela gravadora Continental, no qual incluía a primeira de 1956 de um lado, e “Bem Feito”, em outro, sendo que a primeira teve acompanhamento de Portinho & sua Orquestra e a segunda, com o acompanhamento de Os Brasas.

Em 1968 outro compacto foi gravado, nesse, havia além de uma música sua, “Canção para o nosso amor”, uma gravação de “Andança” da cantora Beth Carvalho.

Nos primeiros exemplares deste compacto, ainda havia o seu nome de batismo, Uday Vellozo, na capa, mas logo depois mudou para o seu nome artístico no qual ficou conhecido, Benito di Paula.

Com isso, pouco tempo depois entregou três novas músicas para um disco em conjunto com outros artistas, cujo nome era Para Você, as músicas eram “Mocidade é Alegria”, “Mestre” e “Natal no Brasil”; além de também gravar uma composição de J.M. Ferreira e Mariza Saboya, “Espera”.

A música “Canção para o nosso amor” rendeu a Benito, a principal trilha sonora da telenovela Nino, o Italianinho da TV Tupi de 1969, além da própria do disco. Ainda nesta época, sua música era de um ritmo que se assemelhava com rock e soul, do estilo Roberto Carlos, e românticas melancólicas.

No mesmo ano, entregou composições e letras para outros artistas, como Ronnie Von, em seu disco “A Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Império De Nunca Mais”, a canção “Foi Bom”.

Em 1970, lançou o disco compacto “Hei John/Faça de Mim Uma Ilha”, que concorreu e ganhou o Prémio Chico Viola do mesmo ano, dado pela TV Record, e em decorrência disso, em 1971 a gravadora Copacabana o convidou para gravar um LP como crooner, cujo nome foi “Benito di Paula”, no qual foram incluídas “Jesus Cristo” (Roberto e Erasmo Carlos), “Azul da Cor do Mar” (Tim Maia) e “Apesar de você”, de Chico Buarque.

Por essa última música, foi censurado de tocar no rádio e teve os discos recolhidos de lojas.

Neste mesmo disco também interpretou quatro composições de sua autoria, entre elas “Violão Não se Empresta a Ninguém”, que foi a música que acabou puxando a vendagem do LP. Sendo essa em 1972 a 66ª música mais tocada nas rádios.

Logo após a histórica apresentação de Benito no programa do Chacrinha, ainda na extinta TV Tupi, Chico Buarque, em meio às gravações para o LP da trilha do filme de Cacá Diegues, Quando o Carnaval Chegar, sairia de casa para o estúdio assoviando a melodia.

Bastara uma única audição da música para que a memória musical prodigiosa de Chico registrasse imediatamente letra e melodia da canção. Mais curiosamente ainda, depois de um momento no caminho, o cérebro de Chico começou a lhe oferecer, espontaneamente, variações sobre a letra original de Benito di Paula, no mais conhecido “estilo buarquiano”, a essa altura já consolidado. Chico aproveitou os músicos presentes na sessão daquele dia para fazer um registro de sua versão da música.

A gravação não veria a luz do dia, ficando fora da versão final do disco e Chico acabou nunca a apresentando ao compositor.

O seu segundo LP “Ela”, de 1972, levou algumas de suas faixas para outros lugares, como os Estados Unidos. Mas em 1973 estourou nas paradas de sucesso com o terceiro “Um Novo Samba”, em cuja capa já aparecia com seu bigode e cavanhaque, cabelos longos, além de correntes, brincos, pulseiras etc.. O grande sucesso desse disco foi a música “Retalhos de Cetim”, que se tornou a 2ª mais tocada em todas as mídias do ano, sendo o seu maior sucesso até então. Neste “Um Novo Samba”, Benito criou seu estilo próprio de tocar samba, mas isso gerou muita polêmica entre alguns dos críticos na época, que começaram a denominar o que ele fazia de “samba-jóia”, ao combinar o samba tradicional com piano e arranjos românticos e jazzisticos.

Porém este Samba-jóia não agradou Benito, que nunca deixou de citar isto como um termo pejorativo, já que o mesmo se identifica como sendo do gênero samba.

Sendo impulsionado por “Retalhos de Cetim”, Benito se tornou um dos grandes nomes da canção brasileira dos anos 70.

Esta mesma composição lhe abriu as portas para o sucesso no Brasil e no exterior, tendo sido gravada por Jair Rodrigues, pela orquestra de Paul Mauriat e pelo guitarrista americano Charlie Byrd, figurando também entre as composições selecionadas pelo historiador Jairo Severiano como um dos maiores sucessos do ano de 1973. O compacto simples havia vendido mais de 150 mil cópias.

Em 1974 lança mais um LP, intitulado “Gravado Ao Vivo”, e que continha mais músicas que entraram para as mais tocadas do ano, entre elas tendo “Beleza que você é mulher”, “Além de tudo” e sua outra grande música que é quase sempre associada ao seu nome, “Charlie Brown”. Essa música levou 5 anos para ser composta, sendo iniciada em 1969, ano em que Benito estava morando em uma pensão italiana em Santos; onde os outros moradores liam a revista do Charlie Brown.

Quando Benito questionou sobre o que se passava na revista, se encantou com o personagem e então fez a música que se tornou uma das mais tocadas no ano de 1974.

No mesmo ano, Roberto Carlos lança o seu décimo quarto álbum de estúdio pela gravadora CBS, contendo como faixa número dois a música “Quero ver você de perto”, sendo ela uma música do Benito que não havia sido lançada em nenhum disco até então. Também gravou a música “Último Andar” para trilha sonora nacional da novela O Espigão daRede Globo, exibida entre abril e novembro do mesmo ano.

No ano de 1975 lançou dois LPs. Um destes era disco de carreira, e contava com mais sucessos que foram tocados na época, entre eles sendo “Vai Ficar na Saudade”, “Não Precisa me Perdoar” e “Bandeira Do Samba”, todas indo para as mais tocadas do ano. Neste mesmo disco havia uma música em homenagem a Ataulfo Alves, “Como Dizia O Mestre”, grande inspiração para Benito e também outra homenagem, que era “Sanfona Branca”, feita para Luiz Gonzaga. Benito era um amigo de Luiz Gonzaga, desde que se encontraram pela primeira vez no banheiro em uma Caravana de artistas em Brasília planejada por Silvio Santos. Luiz Gonzaga, também fez uma música para Benito, “Chapéu de Couro e Gratidão”, do seu disco “Chá Cutuba”. Gonzaga chamava-o de “meu filho postiço”.

No mesmo ano, foi apresentador do programa “Brasil Som 75”, da TV Tupi, de São Paulo, que resultou em um disco lançado no mesmo ano, no qual apresentou alguns de seus convidados, entre eles Elizeth Cardoso, Wando e Bebeto. Nesse disco lançou mais um sucesso na época, “Mulher Brasileira”, uma música que também é normalmente associada a ele. Em uma das vezes que saiu do estúdio de gravação do programa, encontrou Adoniran Barbosa, que lhe deu um papel com metade de uma música feita e pediu para Benito continuar.

A Benito continuou e música e depois junto com Adoniran a entregaram para o grupo Os Três Moraes, com o título “Não Precisa Muita Coisa”. No mesmo ano, ao lado de Elizeth Cardoso, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Beth Carvalho, Sônia Santos, Quinteto Violado e Cláudia, integrou a delegação brasileira que participou do Festival do MIDEM (Mercado Internacional de Discos e Editoras Musicais), na cidade de Cannes, na França. Ainda em 1975, lançou a música “Charlie Brown” no exterior, que obteve grande sucesso, a ponto de Chico Buarque referir-se a Charlie Brown como se fosse personagem real.

Benito di Paula trouxe uma sofisticação ao samba, inovando em seus arranjos. Seu estilo único o afastou do samba tradicional, mas o aproximou de um público mais amplo, tornando-o um ícone de popularidade.

Mesmo após décadas de carreira, Benito continua ativo. Em 2018, realizou uma turnê de despedida, chamada “Fim de Papo”, que percorreu várias cidades brasileiras e foi muito bem recebida pelos fãs. Apesar do anúncio de aposentadoria, Benito ainda participa de eventos especiais e colaborações.

Suas músicas seguem sendo regravadas e celebradas por novos artistas. Benito di Paula é um dos artistas mais respeitados do Brasil. Seu legado atravessa gerações, e suas composições continuam emocionando e inspirando amantes do samba e da música brasileira.

Hoje, aos 83 anos, Benito é celebrado como um dos maiores ícones da cultura nacional, uma voz e um estilo que marcaram a história da música no Brasil. Feliz aniversário a esse gigante da música!

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