“Fogo”: Entre o Desejo e a Submissão – A Canção que Ainda Queima
“Fogo”, da icônica banda Capital Inicial, é mais do que uma música: é um retrato cru das relações de poder e dependência emocional. Desde os primeiros versos, sentimos o peso da assimetria: “Você é tão acostumada a sempre ter razão” revela um desequilíbrio intenso, onde o eu lírico se vê rendido ao jogo emocional do outro.
A linha “Eu já não tenho escolha / E participo do seu jogo” nos mostra alguém consciente da dor, mas preso em um ciclo de submissão.
E o que dizer da metáfora do fogo? 
Um amor ardente, vital, mas que consome. “Não consigo dizer se é bom ou mau / Assim como o ar me parece vital” expressa essa mistura de desejo, necessidade e confusão.
Essa canção nasceu em um dos momentos mais difíceis da banda — o próprio Dinho Ouro Preto declarou ser o “pior momento” do Capital Inicial. Ainda assim, a música atravessou o tempo e ganhou novos sentidos na emocionante releitura com Ana Gabriela em 2022. 
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